segunda-feira, 9 de julho de 2012

Recordar é viver?


Sempre que retorno para Aracaju é possível fazer uma retrospectiva da vida. Estar na casa onde dei meus primeiros passos e vivi durante toda infância e adolescência, permite que eu faça esse exercício. Não apenas estar na humilde residência, mas esse sentimento aflora quando vou ao supermercado, a padaria, ao boteco da esquina. Tudo me traz lembranças, a maioria delas boas. Olho para as casas vizinhas lembro-me dos moradores, das ótimas amizades e fico emocionado. Não sei para onde o destino vai me levar, mas precisarei de alguma forma sempre retornar aqui, para ter esses momentos. Mesmo que os personagens não estejam mais aqui. É um carinho gratuito, uma atenção despretensiosa, um querer bem atemporal. Num mundo tão cheio de egoísmo, individualismo e autoconfiança desmedida. Estar em contato com todos esses sentimentos é renovador. Mas vamos  contradições, embora sinta tudo isso, percebo o quanto modifiquei e constato que essa vida pretérita não serve mais para mim. É apenas bonito, lindo de se ver. Fico fortalecido e volto para a minha luta, solitária (por enquanto) no dia a dia da grande metrópole nordestina. Hoje sou um homem metropolitano, dinâmico, estressado, capitalista, que controla emoções. Que no fundo quer apenas viver bem e fazer o bem.